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Mostrando postagens de 2009

A janela

A palavra janela é usada muito mais amplamente do que simplesmente uma abertura na parede, termos como “janela para a alma”, “janela para o universo” são comumente usados e até nos computadores usamos as “janelas”. Pensando assim, a “janela” carrega um significado muito maior, ela é como um portal de ligação entre dois mundos, uma interface entre realidades distintas. Bom, até aqui sem novidade nenhuma, mas então por que escrevo isso? Dirigindo pela cidade, com as janelas do carro fechadas, parei num semáforo. Cena comum, um rapaz numa cadeira de rodas se aproxima para pedir uma ajuda. Encosta ao lado do carro e começa a falar, de imediato respondi como sempre, que não tinha nada para poder ajudá-lo naquele momento, mas ele continuava falando e eu continuava respondendo, quando de repente percebi que essa nossa comunicação não estava sendo muito eficaz porque tinha algo atrapalhando no meio. Levei a mão ao botão e baixei a janela do carro para poder falar com mais clareza. Nesse mo

Fotos do acidente cuidado cenas fortes

Quantas e quantas e vezes já nos deparamos com essa frase na caixa de entrada do nosso email, para mim pelo menos é muito frequente, bem mais frequente do que eu gostaria. Dias atrás ela veio de novo dar o ar de sua graça. Já faz alguns meses que aqui em Curitiba houve um terrível acidente - talvez acidente não é palavra correta pois alguém que dirige embriagado em alta velocidade irá certamente de encontro a fatalidade - envolvendo um jovem deputado estadual e outros dois rapazes. O deputado, causador do acidente, sobreviveu, os outros dois morreram na hora. Passaram-se apenas alguns dias para que o fatídico email  “fotos do acidente cuidado cenas fortes” aparecesse em circulação pela Internet. Já conversei com algumas pessoas que disseram ter visto o tal email e todas elas fazem caretas ao comentar sobre as fotos tiradas no local do acidente. Esse é o grande problema de colocar seus olhos sobre alguma imagem, viu tá visto, é para sempre, nunca mais se apaga, ou pelo menos não

O banco da praça e o MSN

Estava eu sentado, meio que sem querer, num banco desses de madeira que comumente encontramos em jardins e praças, observando pessoas passando prá cá e prá lá, quando me dei conta que muito antigamente, assim me contaram, era costume nas cidades pequenas as pessoas se encontrarem na praça, e lá sentadas nos bancos faziam o assim chamado “social”. De imediato imaginei que aquele era um banco de praça de antigamente e que eu estava lá observando o movimento para ver se encontrava algum conhecido para conversar. Gostei desse sentimento e dessa sensação mas me dei conta que isso não acontecia mais, pensei, “que pena, hoje não é mais assim”. Se não é mais assim, como é então? Triste constatação quando lembrei da minha filha voando para o computador para ver se tinha alguém no MSN para ela poder conversar.

Quando o Nobel da Paz vai a guerra

A tão propalada crise moral e ética a que estamos submetidos nesses últimos tempos não cansa de se provar sempre e de novo. A recente premiação do presidente americano Barack Obama com o Nobel da Paz foi de uma certa maneira um tanto precipitada, pois mais pareceu uma premiação pelo o que pode vir a ser do que pelo o que realmente foi, no mínimo alguns ares de incerteza pairaram sobre essa decisão, mas enfim, a escolha é prerrogativa exclusiva do comitê norueguês.  Com essa idéia do que pode vir a ser essa PAZ do Sr. Obama, os olhos do mundo se voltaram ainda mais para ele, aumentando a expectativa em torno de sua pessoa, pois afinal é o primeiro negro a ocupar o mais importante acento da sala de controle mundial, que por sinal foi conquistado com a promessa de esperança (HOPE),  do slogan de mudança "Sim, nós podemos" (YES WE CAN) e de que seu primeiro ato de governo seria por fim a guerra. Montado todo esse cenário o que era de se esperar? Tudo, menos o distorcido ób

A felicidade ou a mortadela?

O que você julga ser mais importante, a felicidade eterna ou um pão com mortadela? Aparentemente parece ser a felicidade eterna mas não é bem assim. Nada é mais importante do que a felicidade! Mas acontece que se você estiver com fome um pão com mortadela é melhor do que nada , certo? Então… bom apetite!

Eu sou do Grupo de Risco

Interessante esse conceito criado para distinguir um grupo de pessoas como portadoras de algo que as torna diferente das “normais”. O termo em si é bastante vago porém sempre denotando algo de ruim e sombrio. Qual o benefício que traz o uso desse termo? Não conheço nenhum. Mas sei que trás preconceito, indiferença, segregação e tantas outras coisas ruins que só afastam as pessoas umas das outras. Basta ver o que aconteceu ultimamente com essa onda de gripe A. Não acho certo o uso desse termo, não faz nenhum sentido, como assim grupo de risco? Risco de que? Grupo de que? Não deveríamos ser todos iguais perante as leis e todos igualmente criados a imagem e semelhança de Deus? Se assim realmente for, estamos todos no mesmo grupo e portanto correndo os mesmos riscos. Você respira? Então está no grupo de risco! O risco, se é que existe mesmo, é um só, é o de passar por essa grande aventura chamada VIDA!

Penso, logo existo

Outro dia estava lendo sobre pensadores da humanidade e descobri que o tal do René Descartes questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro (fazendo uso do ceticismo como método). E ao pôr em dúvida todo o conhecimento que então julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, logo penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava/duvidava. A famosa frase dita por ele poderia ser então: duvido, logo existo! E isso me faz pensar, será que duvidamos o suficiente???